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PEQUENAS DOSES DE SAÚDE

Não acredite que o gostoso não é saudável

Muita gente acha que deixar a comida saborosa e nutritiva é um ato que se restringe ao preparo dos alimentos. De fato, é na escolha dos ingredientes e na forma de cozinhá-los que se obtém as combinações mais agradáveis ao paladar e os elementos nutricionais que farão bem ao organismo. 
Na primeira edição da Toda Vida, a nova revista da Fundação Copel, você poderá encontrar uma matéria especial sobre temperos e condimentos que são saudáveis e funcionais. Confira outras informações úteis, saudáveis e apetitosas logo abaixo

“Você sempre vai ter à mão um limãozinho,

uma pimentinha caseira, um azeite de oliva, 

enfim, alimentos isentos de conservantes e

acidulantes e que são bons para 

o paladar e para o organismo” 


PEQUENOS CUIDADOS
Há situações em que mesmo o mais saudável dos alimentos pode ser prejudicial. Um exemplo é o abuso da pimenta por parte de quem sofre de hemorroidas, úlcera estomacal, gastrite ou hérnia de hiato, doença em que parte do estômago se projeta para dentro do tórax através de uma abertura do diafragma, consistindo em uma área sensível a alimentos picantes. Fica o alerta também quanto a alergias, pois algumas são sutis e podem manifestar efeitos mais graves ao longo do tempo. Então, esteja atento às reações do seu organismo, consultando um médico sempre que se fizer necessário. 



COR E AROMA

Também comemos com os olhos e com o nariz

Lembre-se que também comemos com os olhos. E com o nariz. Então, o visual e o cheiro da comida apoiam o ritual de saboreá-la. Um exemplo é a adição de açafrão no arroz, pois dá um colorido e deixa mais gostoso. A páprica também acrescenta sabor e uma apresentação visual mais viva às receitas. Mas o que mais contribui com o colorido é a variedade de alimentos no prato, o que também serve de indicativo de que ele está saudável, e que se mostra presente principalmente quando há uma diversidade considerável de vegetais. Frutas e verduras são os principais agentes de cor e saúde de um prato. Já o manjericão, o coentro e outras ervas contribuem com um aroma mais agradável e atrativo. A hortelã não deve ser visto apenas como uma planta restrita ao preparo de chás, pois combina com saladas de pepino, folhas verdes e até mesmo chuchu, tido por muita gente como um alimento um tanto sem graça. Portanto, nada de deixar a hortelã presente apenas como um raminho verde para enfeitar a maionese.

PICANTES

Apimente sua relação com a comida

São puro mito as afirmativas de que a pimenta mata as papilas gustativas e de que ela cria uma relação de excessos cada vez maiores em seu consumo, ou seja, de que seus apreciadores acabam entrando em uma escalada compulsiva pela ingestão de quantidades ascendentes e mais “poderosas” do alimento. Para quem não aprecia a sensação picante, há variedades menos agressivas e muito saborosas. Além de versátil (combina com uma infinidade de pratos), a pimenta faz bem para o coração, tem efeito termogênico, apresenta ação antioxidante, melhora a circulação, acelera o metabolismo e aumenta a disposição. As conservas de pimentas também são uma boa pedida, tanto em sabor quanto em benefícios. Outra dica importante: procure ter na mesa um moedor quando fizer uso da pimenta do reino, pois, ao ser moída na hora, ela oferece mais aroma, sabor e preservação de substâncias como a piperina, responsável pela sensação picante, e a capsaicina, que estimula o gasto energético. Quando previamente moída, como costuma ser vendida nos supermercados, a pimenta do reino oxida. Os molhos industriais à base de pimenta costumam conter muito sódio e conservantes, portanto procure fazer uso de preparos mais caseiros.

DOCES E SALGADOS

Há temperos que combinam com pratos doces e salgados

O uso do cravo e da canela, que é um ótimo estimulante vascular, não pode ficar restrito a mingaus, canjica, arroz doce e outras sobremesas. A culinária indiana faz farto uso destas especiarias. O mesmo vale para a pimenta, conhecida por combinar tanto com cozidos e sanduíches quando com geleias e chocolate. O abacate também se enquadra nesta lista, já que costumamos consumí-lo como sobremesa, enquanto que os mexicanos o adicionam em um prato salgado: a guacamole. Comece a observar os ingredientes com maior neutralidade, pensando em como aqueles considerados ideais para doces se comportariam em receitas salgadas, e vice-versa. Esse troca-troca vai promover mais saúde e sabor à mesa.

SAL

Modere ou substitua-o

Use o sal com moderação. Mas não deixe o saleiro sobre a mesa. O consumo é inadequado em especial por sua concentração de sódio. Esta substância retém água e, quando consumida em excesso, pode gerar problemas como a hipertensão arterial. Mas atenção: as pessoas costumam associar o sódio a alimentos salgados, quando, na verdade, ele está presente até em refrigerantes diet e biscoitos recheados, cujo consumo por parte das crianças precisa ser muito controlado, já que também contém excesso de açúcar e gordura vegetal hidrogenada, ambos ingredientes que podem prejudicar a saúde. No Brasil, ingerimos uma média de 12 gramas de sal por dia, quando o correto seria, no máximo, de 5 gramas, o que representa um caso grave de saúde pública. A indicação se reduz para 2 gramas no caso dos cardiopatas. Se você está dentro desta faixa de público, tome muito cuidado, pois, no seu caso, sal em excesso e veneno são praticamente sinônimos. Há alternativas que apresentam níveis reduzidos de sódio, como o sal light, a flor de sal e o sal verde, que pode ser preparado caseiramente com ervas desidratadas, como: salsa, cebolinha, alecrim, tomilho, manjericão e manjerona, misturados a uma pitada de sal e triturados num processador. Quando preparado com ervas não desidratas, o resultado é uma espécie de molho pesto muito saboroso. Os chamados sais gourmet, como o sal negro e o sal do Himalaia, apresentam um preço bem mais elevado que o sal comum e também contém sódio. Enfim, consuma sal com moderação e criatividade, busque por condimentos substitutos e estimule-se a apreciar o sabor original dos alimentos. 


FARINHAS

Farinhas também são bem-vindas

Além das famosas farinhas de milho e mandioca, tão apreciadas e presentes na mesa das famílias nordestinas, há hoje uma série de farinhas funcionais que podem fazer parte das refeições, tanto nas salgadas quanto nas doces. Uma delas é a farinha de banana verde (pode ser comprada em lojas de produtos funcionais e em alguns supermercados), que reduz o colesterol e até ajuda no controle do diabetes. As combinações podem conter os mais variados ingredientes: chia, amaranto, farelo de aveia, linhaça moída, semente de girassol, gérmen de trigo, quinoa, gergelim e por aí afora (confira em nosso portal os benefícios de cada um), vai do seu gosto pessoal e do seu grau de interesse em promover a própria saúde. Privilegie o uso de cereais integrais, pois são ricos em fibras que facilitam a digestão. Novamente aqui precisamos ter o cuidado com os alimentos industrializados, como as farofas prontas que são tão consumidas nos churrascos, pois possuem conservantes e aromatizantes artificiais que os tornam menos indicadas ao consumo. Se você mesmo for preparar uma farinha com vários ingredientes, modere na variedade para não sobrecarregar o organismo, pois ele poderá ter dificuldade em processá-los.

BEBIDAS

Bebidas consumidas com as refeições podem, sim, gerar mais saúde

Há uma polêmica sobre o hábito de beber líquidos durante as refeições e muita controvérsia sobre se o melhor é beber antes ou depois de comer. O fato é que as bebidas (em especial as gaseificadas) dilatam o estômago, e as alcoólicas, como a cerveja, podem dificultar a digestão e causar sensação de estufamento. Porém, uma coisa é certa: refrigerantes fazem mal, quer sejam ingeridos antes, durante ou depois de a pessoa comer. Suas altas concentrações de açúcar, sódio e aditivos químicos falam por si. Só que há bebidas que podem resultar em ganhos para a saúde e para o paladar. Lembra que falamos, lá atrás, da importância do neurotransmissor serotonina para a sensação de bem estar? Quando ele está em baixa no sistema nervoso central pode até mesmo gerar depressão, mas é possível evitá-la ou atenuá-la com o consumo de alimentos ricos em tripofano, o precursor da serotonina, como é o caso do vinho. O tripofano também está presente no tomate, no chocolate e na banana, mas o vinho se destaca por possuir ainda outras substâncias bastante benéficas, como o resveratrol (no caso do vinho tinto), que pode ajudar na redução do colesterol ruim, o LDL, causador da obstrução dos vasos sanguíneos. Ou seja, temos aqui um considerável benefício cardiovascular. Porém, há a ressalva de que se trata de uma bebida calórica e que contém álcool, tornando o estímulo ao consumo um ato um tanto quanto perigoso, principalmente para pessoas com problemas hepáticos ou tendência à dependência alcoólica. Levando isso em conta, podemos chegar à conclusão de que o suco de uva se torna um substituto oportuno. Há também sucos antioxidantes, que previnem o envelhecimento precoce, com ingredientes como abacaxi, couve, hortelã, maçã, cenoura, gengibre, beterraba e manjericão (misture dois ou mais destes ingredientes e bata com água no liquidificador), provando que hortaliças, legumes e frutas podem formar uma combinação saudável, refrescante e deliciosa. E, lógico, a água sem gás é um complemento muito apropriado, contanto que ingerido em quantidade moderada.

CAFÉZINHO

Um cafezinho vai bem, contanto que tenha sido passado na hora

Nosso hábito de tomar café após a refeição não é nocivo. O café, realmente, aumenta a disposição e possui propriedades aprovadas por inúmeros pesquisadores. Mas a bebida parada na garrafa térmica por tempo excessivo acaba perdendo seu caráter benéfico à saúde, pois o café oxida. Perde também em sabor, principalmente no caso do café requentado. Chás são outra boa pedida após as refeições, em especial o de hortelã por seu caráter digestivo.

INTERNACIONAL

Cozinhas mundialmente famosas

Há cozinhas típicas que são mundialmente famosas por preparar pratos altamente condimentados. Uma delas é a indiana, famosa pelo curry, que é uma combinação bastante ampla de especiarias (às vezes superando 20 ingredientes!). A culinária asiática, com destaque para a tailandesa e a chinesa, é reconhecida por seu enorme vocabulário gastronômico, em especial no campo dos condimentos e do uso de iguarias pouco convencionais – algumas delas, inclusive, consideras nada palatáveis por nós, ocidentais. É claro que você tem de saber ser seletivo, sabendo apreciar com parcimônia a culinária de alguns países, como, por exemplo, os embutidos da Alemanha e os alimentos italianos que abusam de farinhas. Procure conhecer a culinária internacional, porque isso consistirá em um incremento para o seu paladar, para sua saúde e para a sua cultura.

MOLHOS

Fique atento aos vilões camuflados

Molhos para salada contém especiarias, azeite, condimentos e dão aquele gostinho, né? Só que apresentam altas concentrações de sódio, aditivos químicos e gordura. Substitua pela boa e velha dupla azeite de oliva & vinagre. Se você não consegue deixar de usar sal, procure reduzir seu consumo e apreciar o sabor natural dos alimentos. Há, inclusive, algumas confusões engraçadas, por exemplo: a “macarronese” (macarrão com maionese) não é uma salada e não é saudável, pois se trata de carboidrato e gordura, porém, muita gente acredita ser um alimento bom para a saúde por ficar sempre disposto na área de saladas dos restaurantes.


Pesquise, tempere, saboreie

A falta de prática no uso de combinações com temperos saudáveis se deve, na maioria das vezes, à resistência em se explorar o paladar de forma mais ampla. Se ficarmos habituados aos condimentos de sempre, ficaremos presos a um limitado gosto pessoal e deixaremos de experimentar e adicionar opções que incrementarão o paladar e melhorarão nossa saúde. Cardamomo, gengibre e outras especiarias podem e devem ser provadas e testadas sem resistência ou medo da frustração de eventualmente não combinarem com um determinado prato. Aliás, algumas combinações já são bem conhecidas, por exemplo: a noz moscada é perfeita para um bom molho branco. 

Há ingredientes que usamos pouquíssimo e que possuem propriedades extremamente benéficas, como é o caso do açafrão (também conhecido como cúrcuma longa, responsável pela cor viva do curry, prato indiano comentado anteriormente): ele protege a pele dos raios nocivos do sol, é antioxidante e previne até mesmo alguns tipos de câncer. Procure receitas e dicas culinárias que privilegiem temperos funcionais. E insista um pouco, pois, em um primeiro momento, algumas combinações poderão causar estranheza ao paladar, mas não podemos nos comportar como nos tempos de criança, quando recusávamos qualquer alimento que não nos fosse familiar. Nosso organismo aprova a rotatividade, isto é, a quebra da rotina alimentar, o que faz com que o cardápio deva variar sempre. É ótimo ter uma alimentação saudável, mas ela não deve ser a mesma todos os dias. Inove, não tema a própria criatividade. Ela tira da mesmice não só a sua alimentação, mas também a sua forma de cozinhar. E a torna mais gostosa.



Cuidado nos aditivos da sobremesa

Tudo bem, você fez uma refeição saborosa e funcional, decidindo arrematar com uma sobremesa que também seja gostosa e saudável: uma salada de frutas. Então, você a serve e, para incrementar e tornar o alimento mais divertido e atraente, resolve deixar sobre a mesa um tubo de chantilly, uma lata de creme de leite, outra de leite condensado e um pote de açúcar. Errado. Erradíssimo. Se a ideia é “temperar” a sobremesa, então que isso ocorra com ingredientes que também sejam saudáveis, como granola, cereais matinais (não os açucarados, obviamente) e canela. Passas, cranberry e coji berry também são boas pedidas, assim como nozes e castanhas. Aliás, uma receita simples, rápida e prática de sobremesa é amassar uma banana e polvilhar com canela e farelo de aveia. O açúcar nas sobremesas precisa ser percebido com reservas similares às apresentadas no caso do sal, pois, quando refinado, ele passa por um processo que lhe dá como característica a cor branca gerada pela ação de substâncias químicas que não estão em nossa cadeia alimentar. Para diabéticos, é imprescindível fazer a substituição por adoçantes à base de stévia ou sucralose.

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SEU CORPO NOS EIXOS

Adotando cuidados com a sua coluna durante cada situação, local e momento do dia

Veja as orientações que o Dr. Gustavo Petrus e a Fisioterapeuta Patrícia Branco têm a mostrar a você sobre cuidados com a coluna. E acesse nossa revista impressa para conhecer um pedagógico e esclarecedor Guia da Coluna, nele você saberá tudo o que é preciso para manter uma postura correta a todo tempo.


Os Problemas

Os problemas gerados pela má postura são vários, começando pela dor muscular resultante da fadiga. Em casos mais graves, o processo degenerativo pode ser acelerado e até descompensar outras estruturas do corpo: os pés, joelhos, ombros, etc. Isso porque a biomecânica de nosso organismo funciona de forma equilibrada, com todas as regiões do corpo ligadas umas às outras. Com isso, para compensar as deficiências da coluna, outras áreas do corpo entrarão em ação, o que resulta em uma danosa reação em cadeia. O resultado se faz presente em dores nos joelhos, quadris e outras partes do corpo que foram contaminadas pelo problema de coluna. Outros males da coluna muito comuns são: protrusão discal, hérnia de disco, “bico de papagaio” e dor ciática.

Os Tratamentos

A acupuntura pode ajudar na analgesia (alívio da dor), mas ela não corrige a postura, devendo ser adotada como um coadjuvante no tratamento. As agulhas não têm o poder de, por exemplo, corrigir uma escoliose, mas a acupuntura doutrina o corpo a não se tensionar, aumentando a resistência ao stress e trabalhando até mesmo nos motivos emocionais que geram a tensão corporal. As massagens também podem oferecer um auxílio providencial, sendo responsáveis por diminuir a tensão e também gerar nutrição tecidual. A tensão muscular gera redução na nutrição porque comprime artérias, nervos e veias. Quanto mais sangue é irrigado no ventre muscular, mais ele relaxa. 
Mas esse benefício só é realmente válido se associado a exercícios de alongamento, pois eles orientam as fibras a aceitarem a nova posição, senão o músculo retorna à posição de tensão. É preciso reprogramar a musculatura, já que nosso corpo tem memória e está habituado a obedecê-la. Outra ressalva é a de que de nada vale fazer uma massagem duas a três vezes por semana e adotar uma postura incorreta no restante do tempo. E não fique restrito às massagens feitas por seu cônjuge, pois elas ajudam no relaxamento, mas não vão refletir em benefícios para a coluna. Pilates e RPG (Reeducação Postural Global) são duas práticas bastante indicadas, pois agem na musculatura central do organismo, tratando com especial atenção a região lombar, que é bastante negligenciada pelas academias de fitness, além do que seus exercícios trabalham diversos grupos musculares simultaneamente. 
Como as causas e efeitos da má postura são multifatoriais, o tratamento também é multifatorial, podendo exigir consultas a clínico geral, ortopedista, massoterapeuta, fisioterapeuta e outros profissionais de saúde habilitados a dar orientações, prescrever medicamentos e fazer o encaminhamento correto para a resolução do problema. O correto é comparecer a um exame anual com seu médico para saber até que ponto sua coluna está em boas condições. 

Posições corretas para cada caso

Sentado

As cadeiras precisam ser ergonômicas, ou seja, devem se adequar ao seu corpo, e não o contrário. Para tanto, elas devem (em especial no ambiente profissional, onde costumamos passar mais tempo) oferecer regulagens do encosto, da altura e da base na qual você ficará sentado. Todos temos medidas diferentes, o que exige cadeiras que se ajustem ao nosso físico. Mas não basta estarmos atentos à cadeira, quem está sentado também precisa observar e adequar sua mesa de trabalho e a altura do monitor. E outro aspecto importante: não basta ter à disposição o mobiliário adaptável às suas especificidades físicas, é fundamental que você saiba ajustá-lo corretamente. Muitas vezes, a pessoa regula adotando como único critério o conforto aparente, acabando por achar que fez o ajuste certo de forma meramente intuitiva. Confira e aplique as orientações sobre uso de cadeira que você verá no guia que disponibilizamos nesta matéria.

Quando estamos sentados, aumentamos a pressão em nossos discos intervertebrais, que são materiais cartilaginosos presentes entre as vértebras de nossa coluna. “Esses discos sofrem um desgaste natural e uma desidratação ao longo dos anos, sendo que o aumento desta pressão acelera o desgaste”, explica a Fisioterapeuta Patrícia. Resultado: pessoas que trabalham sentadas sofrem mais de problemas de coluna do que quem trabalha em pé. “Uma orientação importante é a de que, a cada 50 minutos sentado, o trabalhador fique 10 minutos em pé”, aconselha o Dr. Gustavo, afirmando que essa atitude ajuda a diminuir a pressão. Quando estamos sentados reduzimos a força da gravidade que age sobre nosso corpo, o que resulta também em enfraquecimento da musculatura, pois ela deixa de se contrair, o que também gera um problema para a coluna. Nosso esqueleto fica ereto justamente porque nossa musculatura corporal o segura, mas quando ela está enfraquecida é prejudicada a sustentação da coluna vertebral.

Quando se está sentado com o tronco curvado, os ombros caídos e a postura relaxada (no mau sentido do termo), acontece um silencioso e discreto processo de prejuízo à coluna vertebral, o qual reverterá em complicações à saúde ao longo do tempo.

Em casa, é preciso também sentar corretamente, mesmo que os móveis não tenham sido projetados para ser ergonomicamente corretos. Tome certos cuidados, como, por exemplo, evitar mexer no notebook enquanto estiver no sofá, principalmente se pretender ficar bastante tempo mexendo no equipamento. Embora, conforme dito, os móveis da casa geralmente não sejam ergonômicos, você pode fazer algumas adaptações, por exemplo: se a cadeira não tem regulagem de altura e o monitor à sua frente ficou muito baixo, eleve-o colocando embaixo de sua base uma pilha de revistas velhas. Um indicativo básico de que sua postura quando sentado está adequada é verificar se seus dois pés estão bem apoiados no chão, isso tanto na cadeira do trabalho quanto na de casa.

Em Pé

A postura em pé é aquela que apresenta menor pressão sobre o disco lombar. Porém, ela demanda em um gasto maior de energia, pois gera uma maior fadiga. É justamente este cansaço que nos faz querer sentar. Basta lembrar de fila de banco que logo ficamos com vontade de nos recostarmos a uma parede. O fortalecimento da musculatura abdominal e da região do alto das costas é que nos dá condições de suportar por mais tempo a coluna ereta quando estamos em pé. Portanto, é fundamental a prática de atividade física. E é importante que se escolha a que mais traz prazer durante a execução, seja ela yoga, artes marciais, cooper, natação ou outra qualquer. O encurtamento muscular é particularmente prejudicial para pessoas que trabalham em pé por muito tempo, pois a musculatura fica estirada e, ao final do dia, podem surgir dores na região lombar. Pessoas que já apresentam um certo desgaste na coluna também tendem a apresentar dores nas costas quando passam muito tempo em pé. A causa das dores nas costas é multifatorial, e, às vezes, deriva de fatores pouco suspeitos. Um deles é o tabagismo, pois ele age na degeneração do disco vertebral. Também a obesidade e o sedentarismo são fatores significativos.

Na cama

Há três componentes básicos para um repouso saudável para a coluna: posição, travesseiro e colchão. Vamos a explicações sobre cada um deles.

Posição

Ao dormir, procure deitar sempre de lado, pois com isso você apoia a região do quadril e dos ombros, como também preserva as curvaturas naturais da coluna. O menos recomendável é deitar de bruços, pois aumenta a lordose na região lombar. E dormir de barriga para cima é pouco indicado por gerar lordose na região cervical.

Travesseiro

O apoio da cabeça fica por conta de um bom travesseiro. E o “bom travesseiro” não é apenas um detalhe, pois sua escolha é fundamental para uma boa noite de sono e uma postura correta ao dormir. O travesseiro certo chega a ser tão ou mais importante quanto o colchão certo, pois é a peça mais importante da boa acomodação da coluna. Ele não pode ser nem muito alto nem muito baixo, e deve ter sido produzido com material que ofereça pouca deformidade. Quando muito fofo pode ser confortável no início da noite, mas sua cabeça acabará afundando em tanta maciez e você acordará com dor e cansaço, sem saber o motivo. Logicamente não estamos falando que você deve comprar um travesseiro duro, mas a espuma deve ser densa, com certeza. Os famosos travesseiros de pena de ganso exigem cuidado, sendo talvez melhor usar mais de um, justamente porque a tendência é a cabeça pesar e baixar o volume. Os travesseiros de látex são muito recomendáveis, pois sedem pouco ao peso da cabeça, mas o cheiro de borracha faz com que muitas pessoas o rejeitem. O volume correto do travesseiro também varia de pessoa para pessoa, porque a altura ideal é aquela que preenche o espaço entre a cabeça e o colchão quando deitamos de lado, e isso não é uniforme entre as pessoas. Também é recomendável se usar um travesseiro entre as pernas, em especial no caso de mulheres que tem quadril mais largo, pois evita o atrito entre os joelhos e eventuais estiramentos nas coxas. Outra orientação é a de que você use também um travesseiro entre os braços. O curioso é que a posição romântica de dormir abraçadinho ao seu bem, infelizmente, acaba não sendo boa para a saúde. O mais saudável, realmente, é se atracar com o travesseiro. Existem até versões de travesseiro em um tamanho grande (cerca de 1,50 m), já produzido para ser abraçado por braços e pernas. Uma última observação: o travesseiro do homem deve ter tamanho diferente do da mulher, isso porque homens têm ombros mais largos.

Colchão

A densidade do colchão é importante, seja ele de espuma ou de molas. A base tem de ser firme, mas é recomendável que também tenha uma camada superficial de espuma para proporcionar um maior conforto. Evite colchões muito moles, por mais que pareçam ser muito confortáveis. É recomendável até um “test drive”, ou seja, experimente o colchão na loja, deite sobre ele e peça ao vendedor um travesseiro (ou perca a inibição e leve o seu). Em média, um bom colchão deve ser trocado a cada dez anos, mas precisa ser virado anualmente, porque ele inevitavelmente se deforma com o tempo. Um sono reparador não é importante apenas para a saúde da coluna vertebral, pois dormir pouco pode gerar uma carência de depósito de cálcio nos ossos. Lembre-se: passamos um terço da vida dormindo, então não negligencia a importância de fazer as escolhas certas para um sono tranquilo.

 

Em todo lugar

É difícil se policiar o tempo todo e identificar o momento exato em que você transitou de uma boa para uma má postura. Peça ajuda. Solicite a familiares, amigos e colegas que sejam francos e alertem você quando relaxar com a postura. As incorreções posturais podem ser corrigidas com exercícios de alongamento e sessões de fisioterapia, RPG ou pilates. Porém, ao longo dos anos pode ocorrer uma maior rigidez da coluna, causando problemas de difícil correção. Por isso é importante cuidar da postura e praticar atividades físicas desde cedo. Ou melhor, já na infância o indivíduo deve ser corrigido e orientado quanto à correção postural, e não só por parte dos pais, mas também dos professores, os quais podem inclusive identificar e informar os responsáveis sobre problemas posturais da criança, pois muitas vezes uma lordose ou escoliose tratada na pré-adolescência pode evitar complicações futuras.

O disco intervertebral envelhece naturalmente a partir dos 20 anos de idade, quando as artérias que levam nutrientes à coluna começam a se fechar, reduzindo sua elasticidade e capacidade de amortecer a pressão sobre a coluna, havendo uma tendência de ele sair da região central que normalmente ocupa. Passamos também a perder massa muscular: aproximadamente 1% ao ano. Isso é um problema considerável ao longo do tempo, pois a musculatura e a coluna estão intimamente ligados. Para ser mais exato, a musculatura abdominal está ligada à musculatura da coluna, sendo necessário estarmos sempre atentos a preservar a musculatura da barriga contraída quando você estiver andando ou sentado, pois isso mantém o tronco mais ereto e evita as deformidades. A tecnologia vem oferecendo modernos aliados na busca pela postura correta, já tendo sido criadas até cintas especiais que, ao serem colocadas em volta da cintura, emitem vibrações quando se está forçando a coluna ou sentando de maneira incorreta.

DICAS RÁPIDAS

1. 

Sair do sedentarismo também é essencial, portanto mexa-se! O músculo deve “puxar” os ossos para o cálcio poder chegar até eles e ficar devidamente depositado.

 

2. 

O ideal é praticar a atividade física de duas a três vezes por semana. Mais que isso pode ser prejudicial, pois o fortalecimento muscular se dá a partir de rompimentos e cicatrizações, e o excesso de rompimentos, sem o descanso que permite a cicatrização, tende a gerar lesões ao invés de benefícios. 


3. 

Outra recomendação é que se pratique alguma atividade por 20 minutos todos os dias, os quais não precisam ser em sequência, por exemplo: você pode fazer dez minutos pela manhã e outros dez à tarde. Essa atividade pode ser uma caminhada ou uma série de exercícios dentro de casa. 


4.

 Não nascemos para ficar parados. Prova disso é que, quando ficamos em uma dada posição por um certo tempo, o próprio corpo trata de buscar o acionamento de outros grupos musculares, fazendo com que você se mexa. Caso você permaneça na mesma posição, sentirá desconforto. 


5. 

Ao se mexer, você propicia a contração de outras fibras musculares e promove sua oxigenação, é uma questão de biomecânica. Todas as nossas estruturas (tendões, ossos, músculos, órgãos, tecidos, etc) trabalham em conjunto. E, ao ter consciência da importância de se movimentar e praticar atividades físicas, você ingressa favoravelmente neste trabalho em equipe. Ao ser amigo da sua coluna, você se mostra amigo do seu corpo.