Editorial | Fundação Copel

O que fazer para viver melhor e viver mais?

Contemplar, em uma mesma revista, assuntos tão distintos quanto dança de salão e a crise em amplo sentido que assola o universo à nossa volta parece ser, a princípio, uma incoerência. Afinal, o  momento é de austeridade ou de celebração? A resposta: é de ambos. E tanto melhor se não encararmos essa condição como um momento, mas sim como uma premissa da própria vida. Dançar conforme a música pode ser um gesto encarado como covardia e resignação. Mas também como uma atitude que comprova nossa 
capacidade de nos adaptarmos bravamente às circunstâncias, e
isso, muitas vezes, exige mais coragem e inteligência do que tentar
mudar a música ou se recusar a entrar na dança.

Por isso, essa segunda edição de Toda Vida tem assuntos que parecem ir aos extremos: vamos dos pecados (por vezes mortais) do sedentarismo aos devaneios inebriantes da arte; da preparação para uma terceira idade feliz à necessidade de cuidados com as finanças hoje; de alertas de agressão à natureza a mensagens de otimismo e superação, como no caso de um dos personagens mais marcantes que encontramos na confecção de nossas matérias: Eddy Stile. Você não o conhece? Pois deveria. Aliás, você irá conhecê-lo nas próximas páginas. Ele não só sabe dançar com categoria qualquer tipo de música, como também dança se não houver música. E nos serve de modelo, porque a vida é feita da leveza da música e da austeridade da partitura, da doce fluência da melodia e da rigidez do ritmo. O equilíbrio está na capacidade de sabermos lidar com os extremos. E não é por acaso que o encadeamento bem equilibrado dos sons se chama harmonia. Que nossas matérias tragam mais harmonia para a sua vida. 

“Façamos da interrupção um caminho
novo. Da queda um passo de dança, do
medo uma escada, do sonho uma ponte, da
procura um encontro.”

Fernando Sabino