Vamos levar em consideração que 2015 é um ano de cenário imprevisível e de muita ansiedade por parte dos empresários.Estamos vivendo turbulências em vários aspectos, não só no econômico, mas também no político e no institucional. Então, a grande estratégia em 2015 é a da defesa. Nós sempre ressaltamos a oportunidade que está por trás da crise, de ser um momento de fazer compras de ativos a preço baixo. É hora de comprar ações baratas. Porém, é preciso ter a ressalva da maior acessibilidade aos recursos, maior liquidez, que é justamente a grande recomendação quando o tema é a defesa. Então, no momento em que o Governo eleva a taxa de juros, ainda com possibilidade de aumentos, encontramos boas oportunidades na renda variável e também uma boa remuneração na renda fixa, que se mostra hoje muito mais atraente do que o dinheiro na bolsa ou a compra de um imóvel – obviamente não a renda fixa popular, na caderneta de poupança, mas a renda fixa nos títulos públicos e a negociação de CDBs com os bancos para quem tem valores maiores, porque o diferencial desses produtos é bastante significativo em comparação com o rendimento da poupança. Outra estratégia de defesaoportuna: não é o momento para comprar com financiamentos devido aos juros altos. Quem tem a necessidade de trocar de carro ou de comprar casa por algum motivo, a recomendação é que se reduza a expectativa do padrão de consumo, ou seja, que se adquira um veículo ou uma casa de padrão inferior ao que o bolso pode pagar, aumentando a verba para um consumo de lazer, de educação e de cultura, evitando parcelamentos de prazo muito longo porque, diante da inflação, nós precisamos ter de onde tirar recursos para um imprevisto. Então, prever verbas para o futuro é uma atitude pensada e a recomendação, de certa forma, é otimista, pois, quando eu proponho que as pessoas consumam mais lazer, mais cultura, mais cuidados pessoais, mais experiências enriquecedoras, isso até colabora para nos prepararmos melhor para um período de instabilidade. Geralmente as pessoas que adotam esse comportamento mais conservador ficam mais tranquilas, com as reservas menos afetadas, com condição para depois aproveitar a recuperação da economia com muito mais consistência, enquanto outros passarão pelas dificuldades de um endividamento ou parcelamento de difícil quitação.