Além da frase que intitula este trecho da matéria, há outros ditos da sabedoria popular que reforçam o quanto é importante nos alimentarmos adequadamente, como o “você é aquilo que come”. Portanto, fomos investigar qual é a dieta mais saudável possível para quem quer ter uma vida longeva. Nossa entrevistada, a nutricionista Mara Regina Cilião, deu valiosas orientações de como adicionarmos saúde e, por conseguinte, mais dias, meses e anos em nossa vida. E o mais bacana: o exercício da longevidade pode ser muito saboroso.
Para Mara, todos os alimentos são importantes. Porém, os grãos, cereais, frutas e verduras não podem ficar de fora da nossa mesa. Logicamente que os alimentos devem ser adequados às limitações de cada indivíduo, por exemplo, pessoas com diabetes ou alergias têm de obedecer suas restrições. O que para muitos é saudável, para eles é veneno.
• A evitar: gorduras saturadas e trans.
• A limitar: o sódio e o açúcar.
• A privilegiar: alimentos naturais, frutas, verduras, cereais integrais, grãos e sementes.
Os alimentos ricos em fibras são muito importantes por facilitarem a digestão. Chia e linhaça são boas fontes de fibras. O farelo de aveia também entra na lista, com a vantagem de ainda combater o colesterol. Outro ponto relevante da fibra: ela dá sensação de saciedade, o que colabora para se evitar o sobrepeso, que é causa de doenças como o diabetes e os problemas cardiovasculares. Estima-se que o índice de obesidade vá aumentar ainda mais, gerando um problema grave de saúde pública.
Variar a alimentação, com moderação na quantidade, também é uma regra valiosa para os aspirantes à longevidade. Temos a tendência de repetir os alimentos mais agradáveis ao nosso paladar, mas o correto é buscarmos variações que permitam nutrir nosso organismo de maneira ampla, o que não é possível quando limitamos nosso cardápio. E a moderação entra como o elemento de equilíbrio, pois o exagero a mesa resulta em obesidade e stress ao organismo. Um detalhe muito importante: é essencial mastigar bem os alimentos.
Há componentes muito elogiados que merecem destaque, como o Omega 3, que protege nossa circulação sanguínea e melhora a imunidade. Ele está presente nas já citadas chia e linhaça, como também em oleoginosas como as amêndoas. A vitamina D ganha relevância por também colaborar com a imunidade e agir na calcificação dos ossos. A ressalva é a de que você deve tomar sol para que o processo de calcificação ocorra a contento.
Mara afirma que “hoje temos condições de adotar uma alimentação saudável e os orgânicos são bons tanto para quem produz quanto para quem os consome”. Sua colocação se refere tanto ao fato de que os agricultores não são atingidos por herbicidas ao produzirem alimentos orgânicos, quanto ao de que o consumidor passa a se alimentar de maneira mais adequada, sem ingerir os restos de defensivos agrícolas. “Estamos retrocedendo e avançando ao mesmo tempo”, brinca, fazendo referência a dispensarmos cada vez mais um fruto da modernidade (os defensivos agrícolas) e buscarmos alimentos mais puros em sua origem, tal qual se fazia no início da agricultura.
Na parte de geneticamente modificados, Mara se posiciona de forma cautelosa, explicando que ainda não temos elementos de pesquisa suficientes para afirmar se são bons ou prejudiciais à saúde. Muita prudência também nas substituições, como a troca de uma refeição por um suco, e ainda nos complementos vitamínicos, pois os alimentos já contém todos os nutrientes que nosso organismo necessita, basta fazermos as escolhas certas. Então, muita atenção às suas escolhas no supermercado e na feira. Este é um exercício saboroso e que colaborará enormemente com a sua longevidade.